sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dilma, A Capoeirista

Até hoje não se sabe ao certo se capoeira é dança ou luta, mas em Brasília nos tempos da presidente Dilma, as rasteiras da antiga capoeirista já começaram fazer suas vítimas. A ex-guerrilheira realmente sabe agir aos passos da luta/dança baiana que aprendeu nos seus tempos de prisões. A mineira saltitante deferiu uma rasteira quase mortal em Ciro Gomes, que almeja ser ministro do primeiro escalão do governo de Dilma Rousseff e simplesmente foi esquecido do rol das aspirações.

O dolorido Ciro Gomes ficou tão triste com a sua exclusão dos primeiros holofotes do governo de Dilma que resolveu sair do cenário político de Brasília e se refugiou na fria Europa. De lá arquiteta o que vai fazer com o que ele considera ser uma verdadeira traição política da afilhada de Lula do Povo.

Nos meios capoeiristas baianos, quando uma rasteira é bem dada, a vítima normalmente cai de cara no chão e passa três dias tirando terra das orelhas...

Pobre Ciro, como cearense vai precisar agora, depois de quase idoso, aprender também as jingas da capoeira para poder se defender dos golpes tão comuns em Brasília. Na nossa bela e alegre Salvador tem muitos mestres da capoeira política doidos para ensinar uns passos para o combalido Ciro.

Por enquanto, em ares frios da Europa, Ciro Gomes reflete silenciosamente, enquanto beberica café brasileiro e ler Maquiavel na sua versão original.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A CPMF vem aí! Anuncia Dilma

A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff já avisou que ressuscitará no próximo ano a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O imposto foi extinto em 2007 e até hoje serve de discurso de mágoa para o presidente Lula que diz que foi traído no Congresso Nacional. Dilma, sabidamente, avisou que vai colocar o seu batalhão de governadores e aliados para brigar pela volta do imposto que foi criado pelo governo de FHC. Naquela época o PT foi contra a criação de mais um imposto e utilizou esse argumento como mecanismo da campanha eleitoral do então candidato Lula. Agora a presidente eleita do Brasil diz que para resolver os sérios problemas de saúde pública do nosso país precisará dos bilhões de reais da CPMF. Agindo assim ela faz as mesmas coisas que fizeram os governos de FHC e Lula. Ou seja, ela se torna cópia de um e rascunho do outro.

O problema do Brasil não é a falta de impostos ou recursos financeiros. O impostômetro recentemente atingiu a marca de um trilhão e mesmo assim temos problemas sociais que não foram resolvidos há décadas. A volta da CPMF só vai ajudar na composição de impostos do governo que muito bem sabe gastar mau o dinheiro da nação. O problema da saúde no Brasil não se resolve com mais um imposto, mas sim com gerência. Coisa que falta em muitos dos escalões do Ministério da Saúde (MS).

Eu atuo como analista de negócios médicos há mais de 15 anos e sei muito bem o que falo sobre esse tema. A situação da saúde pública em nosso país é vergonhosa e infelizmente, os problemas estão desde os lastimáveis honorários médicos pagos até os investimentos impróprios e cheios de superfaturamentos. Países como a Austrália e o Chile têm sistemas de saúde público muitos melhores que o atual modelo brasileiro. Esses países investem apenas 64% per capita do que o Brasil faz atualmente e tem modelos de saúde pública de alta qualidade. Isso comprova que não é mais um imposto que resolve essa situação, mas sim, competente administração técnica. Coisa que o Ministério da Saúde infelizmente não tem.

Atualmente o MS tem um orçamento anual de 66,9 bilhões de reais e mesmo assim não consegue oferecer serviços médicos de qualidade. A quantidade anual de atendimentos do SUS chega a 28 milhões de brasileiros, o que perfaz um valor por indivíduo de R$ 2.389,00 por ano. Se esse valor fosse repassado para essas pessoas elas poderiam muito bem pagar um plano de saúde com os seus R$ 199,08 mensais. É bom que se diga ainda que a média mensal dos valores de seguridades de planos de saúde privados do Brasil é de R$ 126,00 e que esses serviços médicos são muitos melhores que o do SUS.

Se a senhora Dilma quiser resolver realmente o problema da saúde pública em nosso país, não precisa ir longe não. Basta somente visitar os hospitais privados brasileiros, que em sua maioria esmagadora dá lucro, e comparar esses serviços com os serviços públicos.

O SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia em Saúde demonstrou no início desse ano que o SUS gasta em média R$ 671,00 por internação / dia. Enquanto os hospitais privados gastam nesse mesmo item e período apenas R$ 462,00. Por ai se ver que não é falta de recursos mais sim de gente que saiba gerir esses recursos financeiros.

Se Dilma quer realmente fazer algo pela saúde do nosso país, ela terá de mexer no vespeiro que é o MS, órgão quase que totalmente ocupado por apadrinhados políticos. Local onde quem faz relatórios estatísticos ganha mais de 20 mil reais por mês. Enquanto isso o médico que atende em postos de saúde e hospitais recebem em média R$ 6,12 por consulta médica. Esse mesmo procedimento na rede privada se paga em média nacional o valor de R$ 38,42.

Provavelmente a nova CPMF deve ser aprovada e aplicada no Brasil. Contudo, o problema da saúde pública em nosso país vai continuar matando muita gente. Como sempre e praxe, as vítimas serão os mais pobres.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Lábia dos Discursos dos Vencedores

Falar bonito tem nomes pomposos como oratória, retórica, discurso e lábia. Todos os políticos são bons de discursos ou tem dinheiro para ganhar eleições. No Brasil, antes de aprender qualquer lei ou norma regimental, os políticos aprendem falar bonito. Uns choram. Outros se inflamam. Outros ainda fazem paralelismos sofistas e entre soluços contidos contam suas tristes estórias de vidas e narram as suas lutas ditas classistas. Desse modo, político de sucesso é quem sabe fazer um belo discurso. Seja esse texto da sua autoria ou feito por profissionais. Lendo cuidadosamente o discurso da vitória de Dilma Rousseff (vide link para a íntegra do texto abaixo) se ver que ela aprendeu rapidamente fazer bons discursos. Comparando esse texto com os demais discursos de posses de FHC e Lula, se tiram as seguintes conclusões: Ou todos os presidentes eleitos prometem as mesmas coisas (e não cumprem a metade) ou eles utilizam a mesma assessoria e pessoas para redigirem esses textos. Confira abaixo os textos dos discursos de Dilma Rousseff, Lula e FHC e tire as suas próprias conclusões. Como se ver pelos textos abaixo, muita gente em nosso país gosta de um bom discurso permeado de doces lábias e afáveis promessas. Realizações e obras concretas dos autores dos discursos ficam em segundo plano.

Discurso da vitória de Dilma Rousseff http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Pol%EDtica&newsID=a3094452.xml

Discurso de posse FHC: 1 de janeiro de 1995 - http://www.planalto.gov.br/publi_04/colecao/discurs.htm

Discurso de posse Lula:

01 de Janeiro de 2003 - http://www.fiec.org.br/artigos/temas/discurso_de_posse_do_presidente_Luiz_Inacio_Lula_da_Silva.htm

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Agora Todo Mundo Votou em Dilma

Nas águas já amornadas da vitória de Dilma Rousseff no último domingo, borbulham agora as declarações públicas de votos dos oportunistas de plantão. Agora muita gente diz, declara e grita que votou na primeira mulher eleita presidente do Brasil. Tem até aqueles que mostram fotos tiradas dentro da cabine de votação, como prova dos seus atos. Muitas dessas pessoas, - que há pouco mais de três dias estavam amoitadas nas dunas das ocasiões -, agora declaram publicamente que votaram na candidata eleita do PT. Há tristes exemplos dessa turma de oportunistas sem vergonha desde donos de rede nacional de supermercados, renomados jornalistas e apresentadores de televisão, artistas, cantores, políticos e principalmente blogueiros. Essas pessoas, obviamente, não fazem isso envão. Estão todas de olho em alguma oportunidade que a sua declaração pública de voto pode lhe favorecer. Agindo assim, nenhuma delas pode reclamar de alguns políticos que temos no Brasil. Elas são iguais a eles.

Não há em nosso país alguma lei que proíba a declaração pública de voto antes ou depois das eleições. O eleitor pode se manifestar de diversas maneiras e declarar a sua intenção de voto e se preferir, seu ato na votação. Contudo, envergonha o nosso país ver pessoas ditas públicas ou idolatradas por muitos, agindo dessa forma desonesta, visando somente os seus interesses pessoais. Cabe então perguntar se essas pessoas fariam essa mesma declaração pública de votos se os resultados da última eleição fossem diferentes.

Com esses atos oportunistas dessas pessoas ficamos todos enojados e tristes, pois sabemos que a falsidade e a semvergoisse permeiam os seus tênues perfis de caráter.

Devemos sim louvar as pessoas que empunharam bandeiras e opiniões desde o princípio do processo eleitoral e votaram conscientes em seus candidatos, eleitos ou não. Essas pessoas são dignas da democracia que se tem no Brasil. Já as outras, as oportunistas de ocasião, não merecem nada a não ser o repúdio social e o perdão de Deus. O triste dessa situação é saber que da corja destes oportunistas germinam os embriões de muitos políticos brasileiros. Triste sina.

domingo, 31 de outubro de 2010

A Lista Ingrata de Dilma Rousseff

Graças a Deus as eleições de 2010 acabaram. Imperou-se a democracia e a senhora Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil. Agora começa o verdadeiro desafio da pós-eleição que é a composição do governo que deve ser fatiado entre os 10 partidos que compõem a coligação vencedora. O PT e o PMDB vão brigar por cargos e nomeações. Infelizmente o governo de Dilma terá uma ingrata herança de aliados políticos que lhe garantiram a sua eleição. Pelos históricos dos seus parceiros e coligados, não podemos esperar muitas coisas boas e por mais otimistas que sejamos, não podemos esquecer as fichas corridas dos aliados da presidente aleita, como Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros, Antônio Palocci, José Dirceu, José Genuíno, João Paulo Cunha, José Mentor, Sandro Mabel, Valdemar Costa Neto, Pedro Henry, Vadão Gomes, Paulo Rocha, Marcone Gadelha, Wellington Fagundes, Carlos Dunga, Wellington Roberto, João Magalhães, Fernando Pimentel, Erenice Guerra e tantos outros e etc. Acreditar que Dilma Rousseff fará um bom governo como uma trupe dessa é brincar com a história do Brasil.

Vamos desejar que a apadrinhada de Lula realmente tenha bons dias no governo. Vamos rezar e orar por isso. Mas a verdade que Dilma encontrará no seu governo será muito cruel e perigosa devido a esses seus aliados e parceiros.

O presidente Lula pagou um preço muito grande para manter esses jogadores no seu time de aliados. Desconversou sobre as verdades comprovadas, desmentiu fatos concretos, empurrou muita coisa errada para debaixo do tapete e desatou verdadeiros nós intestinais para se manter no poder. A grande dúvida será saber se o forte gênio das ressacas das segundas-feiras da presidente eleita Dilma Rousseff saberá conter os ânimos nada amistosos destes seus aliados, em sua maioria envolvidos em esquemas e conchavos políticos nada legais.

Talvez Dilma Rousseff um dia agradeça a Deus a oportunidade que Lula lhe deu. Ou quem sabe até reclame da herança ingrata de aliados que recebeu do governo do PT. Uma coisa é certa: Dilma vai precisar de muita tintura para os seus ruivos cabelos e muito mais ainda de paciência para manter contidos os ilustres aliados descritos nessa lista pouco simpática e nada ética.

Com aliados desses tipos Dilma vai ter de se superar e encarar as realidades do poder. Amanhã, quando acabar a festa da vitória, ela provará os primeiros goles amargos dessa verdade e verá que, sem Lula por perto (como ele próprio diz), o Brasil não é tão verde e amarelo como se ver nas cores a nossa bandeira. Na verdade o Brasil, por baixo dos panos, é agora um país roxo. Roxo de medo do que vem por aí.

Que Deus proteja a nova presidente do Brasil e lhe afaste de todos os males que permeiam as biografias dos seus aliados.